As Mulheres no Tempo dos Descobrimentos


MULHERES NAVEGANTES no Tempo de Vasco da Gama
Fina d'Armada
Prefácio de Prof.ª Elvira Cunha de Azevedo Mea
Formato: 16,2X23 Cm Nº de Páginas: 352 Preço:19,50
1ª Edição: Setembro de 2006
ISBN: 972-8605-81-1
Prémio Mulher Investigação Carolina Michaëlis de Vasconcelos 2005

A historiadora Fina d'Armada escreveu um dos primeiros estudos elaborados em Portugal sobre o papel das mulheres nos Descobrimentos, uma história que os portugueses se habituaram a imaginar como quase exclusivamente masculina.

"Quando me formei em 1970 percebi que tinha uma licenciatura sobre História masculina. E como professora percebi que ensinava apenas o que os homens fizeram quando o meu salário era pago pelos impostos de homens e mulheres. Achei que era preciso mudar isso", disse a historiadora.

Mas Fina d'Armada deparou-se com um problema: "para ensinar os feitos das mulheres portuguesas era necessário investigar primeiro a sua história, porque até agora, em praticamente todos os estudos, os documentos alusivos à História feminina eram pura e simplesmente postos de lado".
A historiadora meteu mãos à obra e recolheu a informação suficiente para escrever o livro "Mulheres Navegantes", que foi distinguido com o Prémio Mulher Investigação Carolina Michaelis de Vasconcelos 2005.
Ao longo do trabalho de recolha, Fina d'Armada foi-se deparando com histórias de verdadeiras heroínas e aventureiras, escondidas por trás do brilho dos nomes masculinos sonantes da história dos Descobrimentos, mas nem por isso menos corajosas.
Apercebeu-se também, num mundo de "pais de família", do peso económico das mulheres ao longo de todo o processo produtivo e logístico que mantinha operacional o complexo aparelho dos Descobrimentos.
"A maioria das pessoas não sabe que Bartolomeu Dias levava, na sua viagem para o Cabo da Boa Esperança, quatro mulheres negras a bordo, mandatadas por D. João II para procurar o reino do Prestes João e transmitir-lhe, por palavras e pelo ouro que levavam nos seus adornos, a imagem da riqueza portuguesa", disse.
Uma dessas mulheres tornou-se mesmo, segundo a historiadora, o primeiro português a colocar os pés em terra na costa indica de África.
"Ironicamente, o próprio Prestes João, que os ocidentais tanto procuravam, era na ocasião a rainha Helena da Etiópia. E quando se busca com um pouco mais de atenção vemos que era muito vasto o número de rainhas nos vários povos com que os portugueses foram lidando", explica ainda.
Muitas dessas mulheres têm nome registado, como o de Catarina Pires, uma portuense do povo que, para consumar o seu amor com o filho do alcaide do Porto, Garcia de Sá, vê-se obrigada a seguir com ele para a Índia, onde deu à luz Leonor Sepúlveda, protagonista de um dos mais conhecidos e dramáticos naufrágios daqueles tempos conturbados, eternizado por Camões nos Lusíadas.
"A dado momento, havia portuguesas em todos os cantos do império, fosse por degredo, fosse por acompanhar os maridos, fosse ainda por puro aventureirismo", disse.
Havia também as prostitutas, que em muitos casos os navegantes tentavam levar nas caravelas e nas naus vestidas como homens numa tentativa de escapar à permanente vigilância dos jesuítas, que revistavam as embarcações antes de cada partida.
Fina d'Armada concluiu que mesmo as mulheres que ficavam tinham um papel activo no desenrolar da aventura dos Descobrimentos.
"Em Aveiro, por exemplo, 42 por cento dos proprietários das naus eram mulheres. E em Vila do Conde havia leis muito duras para as mulheres que não confeccionassem o tecido para as velas dentro das regras de qualidade definidas", explicou.



Comentários

Fernanda Durão disse…
Bom dia!

Sou investigadora de História
Gostava de saber onde posso encontrar o livro "As Mulheres no Tempo dos Descobrimentos"

Obrigada
Fernanda Durão

geogliphyworks@gmail.com

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